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Alimentação no Diabetes Mellitus, por Larissa Zacharias

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Diabetes Mellitus (DM), é uma Doença Crônica Não Transmissível.  O DM é o termo usado para descrever uma desordem metabólica com múltiplas etiologias, caracterizada por uma hiperglicemia crônica, resultante de distúrbios no metabolismo dos carboidratos, que são resultado de deficiências na secreção e/ou ação da insulina ou de ambas.

As mudanças drásticas no estilo de vida da população, em especial nos países em desenvolvimento, têm aumentado os fatores de risco para o Diabetes Mellitus do tipo 2 e Resistência à Insulina. No Brasil, a população diabética vem aumentando muito – uma estimativa feita pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) mostrou que em 2030 haverá mais de 550 milhões de diabéticos no mundo! É uma doença silenciosa que apresenta um início assintomático. Na infância, o diabetes tipo 1 (DM1) é a segunda doença crônica mais comum. Segundo os dados do IDF, estima-se que a doença afetaria mais de 490 mil crianças menores de 15 anos.

A resistência à insulina é definida como uma resposta diminuida às ações biológicas da insulina. Nessa condição, os tecidos adiposos, muscular e hepático, reduzem a capacidade de metabolizar glicose e os ácidos graxos, sendo assim, a resistência será exacerbada pela obesidade e pela ingestão de gorduras dietéticas. Resumindo, está associada ao excesso de gordura corporal, ao DM2, a dislipidemia, hipertensão arterial, que, no conjunto, constituem a síndrome metabólica.

As metas para o tratamento do DM são a prevenção de complicações agudas e crônicas, a hiperglicemia, especialmente a hiperglicemia pós-prandial, a qual tem ação tóxica sobre o epitélio vascular. Em pacientes diabéticos, os AGE’s (Advanced Glication End-products) estão envolvidos com o desenvolvimento e progressão das complicações vasculares e neurológicas do diabetes. O Diabetes é um distúrbio metabólico associado ao estresse oxidativo e ocorre devido aos níveis alterados de glicose no plasma ou induzem a produção de radicais livres que danificam diferentes células. Os antioxidantes desempenham um papel benéfico na prevenção das complicações diabéticas, diminuindo a produção e ou a eliminação dos radicais livres.

A intervenção nutricional tem como foco a manutenção, obtenção de peso saudável, metas de controle, buscando glicemias estáveis tanto no jejum quanto nos períodos pós-prandiais, e níveis de lipídios séricos e pressóricos adequados. A nutrição equilibrada estabelecida a partir de concentrações adequadas de macronutrientes e micronutrientes, prescritos de maneira individualizada, deve basear-se nos objetivos do tratamento.

O tratamento do diabetes baseia-se na combinação entre dieta equilibrada, atividades físicas regulares e a administração correta da medicação prescrita e supervisionada pelo médico responsável. A dieta busca manter o estado nutricional, possui um papel anti-inflamatório, equilibra o gasto e a absorção de glicose. Diabéticos devem evitar alimentos com SACAROSE, por isso é importante observar sempre os rótulos de alimentos, pois a maioria contém esse ou outros tipos de açúcares. É importante conhecer os diferentes nomes do açúcar que aparecem nos rótulos:

Diabéticos devem optar por produtos diet; porém, se possível, preferir alimentos naturais evitando produtos industrializados.

Você conhece a diferença entre os produtos Diet, Light e Zero?

DIET: são alimentos para fins especiais, especificamente formulados ou processados, nos quais realizam modificações no conteúdo de nutriente, a fim de atender às necessidades nutricionais de pessoas em condições metabólicas e fisiológicas específicas, como diabéticos e hipertensos. Alimento diet possui exclusão de algum nutriente, pode ser açúcar, sal, gorduras, é importante observar.

LIGHT: alimento com redução de no mínimo 25% de calorias ou de algum nutriente, que pode ser sacarose, gordura, sódio. Atenção, pode conter açúcar.

ZERO: possui redução de calorias e exclusão de algum nutriente.

Diabéticos devem ficar atentos aos rótulos. Nem todo produto light/diet/zero é adequado para diabéticos.

É interessante que pessoas com diabetes façam uso de ALIMENTOS FUNCIONAIS: alimento ou ingrediente que, além das suas funções nutricionais básicas, possuem efeitos metabólicos, fisiológicos e ou efeitos benéficos à saúde.  Os alimentos funcionais desempenham funções importantes no tratamento de doenças crônicas. No diabetes, os compostos ativos dos alimentos, como grãos integrais, frutas, verduras e legumes, oleaginosas, podem interferir no metabolismo dos carboidratos, por atuarem na melhora das funções das células beta-pancreáticas e na secreção de insulina, assim como na resistência à insulina.

No entanto, diabéticos devem evitar: álcool, açúcar, doces, mel, melado, excesso de óleos e gorduras assim como frituras, alimentos embutidos e industrializados, sal e alimentos ricos em sódio. A dieta de um diabético deve conter alimentos de todos os grupos alimentares (carboidrato, proteína e lipídio) e deve atender as necessidades individuais. Nenhum alimento deve ser excluído da dieta, principalmente os carboidratos. É importante ressaltar que o indivíduo deve optar pelos carboidratos complexos, ou seja, os carboidratos integrais, que são ricos em fibras e nutrientes, melhorando assim a ação da insulina.

Alguns ingredientes possuem efeito benéficos, tais como: aveia, canela, chá verde (Camellia sinensis), cúrcuma, açafrão, alimentos como quiabo, berinjela, maracujá. Então, incluir estes ingredientes em receitas pode ser uma grande estratégia, contudo vale ressaltar que as quantidades e a frequência devem ser observadas, avaliadas e individualizadas. Na dúvida, procure um nutricionista para adequar a dieta às suas necessidades.

Receitas para controle glicêmico:

FAROFA FUNCIONAL:

Ingredientes:

  • 1 xícara (chá) de aveia em flocos;
  • ½ xicara (chá) de farelo de trigo;
  • 2 colheres (sopa) de açafrão;
  • ½ xicara (chá) de farinha de maracujá;
  • ½ xicara (chá) de chia;
  • ½ xicara (chá) de linhaça;
  • 1 cebola
  • 1 dente de alho amassado;
  • 1 colher (sopa) de azeite extra-virgem;
  • ½ xícara (chá) de proteína texturizada de soja

Modo de preparo:  Refogue a cebola e o alho com azeite. Deixe dourar. Assim que a cebola estiver bem dourada, misture a aveia com as sementes e farelos. Misture bem e deixe torrar por alguns instantes. Por último, acrescente a proteína de soja, misture e espere esfriar. Armazene em um recipiente com tampa e consuma esta farofa diariamente junto com suas refeições. Dica: pode acrescentar sementes picadas, nozes, castanhas,

CHOCOLATE QUENTE FUNCIONAL:

Ingredientes:

  • 200ml de leite de coco
  • 1 colher (sopa) de cacau em pó
  • Adoçante à gosto (sucralose/stevia)
  • Canela em pó (1 pitada)
  • 1 colher (sopa) de café solúvel
  • 1 colher (sopa) de aveia fina
  • 1 colher (café) de linhaça em pó

Modo de preparo: misture todos os ingredientes, leve ao fogo e mexa até engrossar.

BOLO DE AVEIA COM BANANA

Ingredientes:

  • 250 g de aveia fina (1 caixinha);
  • 1 colher (sopa) fermento químico;
  • 4 ovos;
  • 1/2 xícara de óleo de coco;
  • 4 bananas;
  • ½ xícara (chá) de adoçante culinário;

Opcional:

  • 1 colher (chá) de canela
  • 1/2 xícara de castanha de cajú ou do Pará picada
  • 1/2 xícara de chia/linhaça misturados

Modo de preparo: Bata no liquidificador os ovos, o óleo, as bananas, o adoçante culinário. Despeje esta mistura na aveia fina com o fermento e os ingredientes opcionais a gosto. Leve para assar em forma untada, em forno médio, pré-aquecido, por cerca de 40 minutos, ou até dourar. Consuma como fonte única de carboidratos no café da manhã ou lanche da tarde. Dica: coloque bananas picadas na forma, despeje a massa e leve para assar. Salpique aveia em flocos no bolo desenformado.

 

Referências:

MAHAN, L.Kathleen, Sylvia Escott-Strump tradução Natalia Rodrigues Pereira…et al. KRAUSE, Alimentos, nutrição e dietoterapia.  Rio de Janeiro: Elservier 2010.

PUJOL, Ana Paula – Manual de formulações para Prática Clínica/ Ana Paula Pujol / Camboriú-SC. Ed. Do Autor IAPP, 2019.

PRONUTRI Programa de Atualização em Nutrição Clínica: ciclo 4/ organizado pela Associação Brasileira de Nutrição/ organizadoras: Ana Adélia Cavalcnti Hordonho, Luciana Zuolo Coppini, Marcia Samia Pinheiro Fidelix – Porto Alegre Editora: ARTMED Panamericana, 2016.

SALGADO, Jocelem Mastrodi.  Faça do seu Alimento o Seu Medicamento: Previna doenças, SP, editora Ediouro, 2008.

SBD www.diabetes.org.com/profissionais

SCIELO artigos:

  • FERNANDES, Nelma Sofia Magro, Alterações metabólicas no diabético – Trabalho apresentado à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas. Universidade Fernando Pessoa Faculdade de Ciências da Saúde Porto, 2013.
  • LUCENA, Joana Bezerra da Silva – Trabalho apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso do Curso de Farmácia/FMU, 2007. CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS São Paulo

SILVA, Sandra Maria Chemin Seabra da, joana D’arc Pereira Mura  – TRATADO DE ALIMENTAÇÃO, NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA. 2ª ed. São Paulo editora: Roca

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DR. RAFAEL V. GONTIJO MELO

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