Nos últimos anos grandes mudanças ocorreram nos hábitos alimentares da população, principalmente em relação à substituição de alimentos caseiros e naturais por industrializados, sendo esses responsáveis por 85% do consumo total na atualidade. A introdução de alimentos altamente energéticos e de baixo valor nutricional desde o início da vida, bem como o abandono precoce do aleitamento materno, contribuem para o comprometimento do crescimento e desenvolvimento da criança e podem, também, colaborar para uma baixa proteção imunológica, o desencadeamento de processos alérgicos e de distúrbios nutricionais.
As transformações sociais têm levado ao consumo de alimentos com grande aporte calórico, com teor excessivo de açúcares simples, gorduras animais, ácidos graxos saturados, gordura trans, sódio, associado à redução dos carboidratos complexos e fibras alimentares.
Assim, precisamos nos preocupar com o aparecimento precoce das doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e renais, diabetes, entre outras, numa nítida mudança no perfil de morbidade e mortalidade. Sabe-se que a alimentação, principalmente no primeiro ano de vida, é fator determinante na saúde da criança, especialmente após os seis meses de aleitamento materno exclusivo, com a introdução da alimentação complementar, que determinará os hábitos para toda a vida dessa criança.
A OMS recomenda, por exemplo, o uso de menos do que 2 gramas de sódio (ou 5 gramas de sal) para crianças maiores de dois anos de idade. Essa quantidade equivale a uma colher de chá, ou de 3 a 5 sachês. O órgão também emitiu em 2015 uma diretriz a respeito do consumo do açúcar, recomendando fortemente a redução, tanto em adultos como em crianças, da ingestão de açúcares livres para menos de 10% da ingestão total de energia e que até dois anos de idade não seja usado nenhum açúcar de adição.
Ou seja, o conhecimento correto e atualizado acerca da alimentação é importante e, reforçamos aqui as recomendações que apontam a influência negativa do abuso do açúcar e do sódio para a saúde infantil.
Fonte: Sociedade de Pediatria de São Paulo